domingo, 21 de dezembro de 2008

Uma crônica do que eu penso de uma passagem da minha infância

Comecei a pensar, então, num carrinho de criança, que minha mãe tinha para que me movimentasse, quando e onde ela quisesse. Todo de ferro e pintado de vermelho. Na parte de trás da cadeirinha de lona, tinha o gancho único pelo qual se era empurrado. A criança ficava sentada ao rés do chão e com os pés apoiados em dois suportes, na posição de um piloto de fórmula um. . O engraçado é que eu nunca me lembro dela me conduzindo. Só meu irmão, o maiorzinho do que eu. Este, por sinal me adorava, e me adora. Devia sair me empurrando no carrinho e perguntando a todos se já teriam visto como eu era bonitinho e que criança mais boazinha. Fora as corridas apavorantes que dava e os ziguezagues que fazia, e os finos do meio fio, e todo tipo de brincadeira que uma criança, inteligente, seja capaz de fazer e ter o prazer de ver, seu ser querido e dependente, apavorado, até para poder salvá-lo, do que nunca aconteceu.